quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

O segundo voto do sucesso


Já sou uma pessoa diferente e melhor.
Apenas uns poucos dias se passaram desde que comecei uma nova existência com a ajuda destes pergaminhos, mas agora há uma agitação estranha e forte em meu coração, um sentimento de esperança nova que quase desapareceu com o passar dos anos.
Finalmente, fui resgatado de meu catre de desespero e rendo graças. Com as palavras do primeiro voto do sucesso ainda frescas em meus lábios já multipliquei meu valor aos meus olhos e esta nova cotação de mim, estou certo, irá no final das contas ser adotada pelo mundo exterior.
Agora conheço uma grande verdade.
A única etiqueta de preço válida é aquelas que colocamos em nós mesmos. Se nossa avaliação de nós mesmos for muito baixa, o mundo concordará. Mas se nos avaliaremos pelo melhor preço, o mundo também aceitará de boa vontade essa avaliação.
Obrigado, Deus, por colocar esses pergaminhos preciosos em minhas mãos. Este é o ponto de virada de minha vida e não devo, e não irei, afastar-me deste desafio como fiz tantas vezes no passado.
Agora sei que na peregrinação de todos por esta vida há lugares sagrados onde as pessoas acabam por sentir afinidade com o divino; onde os céus parecem encurvar-se pouco acima de nossas cabeças e os anjos vêm e nos dão auxílio. Esses são os lugares de sacrifício, o terreno dos encontros entre mortal e imortal, as tendas do julgamento onde são travadas as grandes batalhas da vida de uma pessoa.
Minhas derrotas do passado já estão quase esquecidas. Mesmo a dor e a mágoa.
E feliz eu serei, em anos por vir, se for capaz de olhar de volta para este tempo especial e saber que aqui, finalmente, provei o sabor da vitória.
Mas antes preciso aprender e colocar em prática o segundo voto do sucesso:

Nunca mais irei saudar o amanhecer sem um programa.

No passado ter quaisquer objetivos, fossem grandes ou pequenos, parecia não ser mais que um exercício de tolice, uma vez que eu tinha tão pouca fé em minhas habilidades. Por que ter objetivos pequenos e insignificantes, perguntava a mim mesmo, meramente para satisfazer meus desprezíveis talentos?
Que diferença isso fazia no esquema das coisas?
E assim, a cada dia, eu saía tropeçando pelo mundo, desgovernado e sem rumo, esperando sobreviver até o pôr-do-sol, assegurando falsamente a mim mesmo de que minha sorte mudasse, e no entanto nunca acreditando por um único momento que qualquer coisa em meu futuro seria de algum modo diferente de meu passado.
Abandonar-se à deriva todos os dias é fácil. Nenhum talento é exigido, nem esforço, nem dor.
Por outro lado, estabelecer objetivos para um dia, uma semana, um mês, e atingir esses objetivos, nunca é fácil. Amanhã começarei, dizia a mim mesmo dia após dia. Não sabia, então, que o amanhã encontra-se apenas no calendário dos tolos.
Cego aos meus tolos erros, estava desperdiçando minha vida com deliberação por não sei o quê, e teria procrastinado até que fosse tarde demais não fora por estes pergaminhos.
Há uma distância imensurável entre tarde e tarde demais.

Nunca mais irei saudar o amanhecer sem um programa.

Morava na rua dos tolos. Sempre pretendendo construir uma vida nova e melhor mas nunca encontrando tempo para empenhar-me nisso, era como se eu adiasse o comer, o beber e o dormir de um dia para o outro até estar morto. Por anos a fio, convenci-me, como tantos outros, de que os únicos objetivos que valiam a pena eram objetivos principescos com ricas recompensas em ouro, fama e poder. Como estava errado. Agora sei que o sábio nunca estabelece objetivos de proporções imensas.
Aqueles planos que são gigantescos em tamanho ele chama sonhos e os aninha perto do coração, onde os outros não possam vê-los e deles zombar. Então saúda cada manhã com objetivos para o dia apenas, e se certifica de que tudo o que planejou está completado, antes de ir dormir.
Rapidamente, as realizações de cada dia são colocadas, uma sobre a outra, como a formiga empilha seus grãos de areia, e por fim é erigido um castelo suficientemente grande para abrigar qualquer sonho.
Na verdade, isto não é difícil de realizar uma vez que eu tenha aprendido a refrear minha impaciência e lidar com a vida um dia de cada vez. Eu posso fazê-lo. Eu irei fazê-lo.

Nunca mais irei saudar o amanhecer sem um programa.

A vitória do sucesso está semi-conquistada quando se obtém o hábito de estabelecer metas e alcançá-las. Mesmo a tarefa mais tediosa se tornará suportável se eu passar cada dia convencido de que cada tarefa, não importa quão comezinha ou aborrecida, leva-me alguns passos mais perto de realizar meus sonhos.
Que maneira agradável de tocar minha vida, pois, se a manhã não me presenteasse com novas alegrias, á medida que preenchesse minhas metas para o dia, ou se a noite não me trouxesse novos prazeres por completá-las, não valeria a pena sequer vestir-me e despir-me.
A vida, estou agora convencido, pode ser tão jubilosa como crianças brincando quando uma pessoa desperta com a expectativa de que um caminho claramente demarcado se encontra à espera.
Eu sei, agora, onde estou. Eu sei, também, onde quero que meus objetivos me levem.
Para ir daqui até lá não preciso conhecer neste momento todas as curvas e desvios de minha viagem.
O mais importante é que abracei o primeiro e o segundo pergaminhos e agora jamais olharei para trás, para aquele passado desanimador em que os dias não tinham
começo nem fim e eu me encontrava perdido num deserto de futilidade sem nada pela frente a não ser a morte e o fracasso. Amanhã terei objetivos! E no dia seguinte! E no outro!

Nunca mais irei saudar o amanhecer sem um programa.

Uma vez barganhei por um centavo com a vida e a vida não me pagou mais, mas meus anos de trabalhar pelo salário de um escravo terminaram.
Agora sei que fosse qual fosse o salário que eu tivesse pedido à vida, esta o teria pago de boa vontade.
O sol não está brilhando sobre mim para que eu possa refletir com tristeza sobre o ontem.
O passado está enterrado e quase me permiti ser enterrado juntamente com ele. Basta de lágrimas.
Que os raios do sol iluminem as promessas do amanhã... e a mim.

Nunca mais irei saudar o amanhecer sem um programa.

Do livro O maior vendedor do mundo - 2ª parte: O fim da história, de Og Mandino.

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