terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

O nono voto do sucesso

Fui indulgente demais comigo mesmo.
Fechei depressa demais o livro de cada dia.
Nunca reservei tempo algum, antes de recolher-me, para computar o custo tanto do bem como do mal que causei a mim mesmo durante o dia.
Nunca ousei rever, com coragem e honestidade, meus pensamentos, palavras e ações de um dia, de modo a moldar melhor o dia seguinte.
A verdade acerca do sucesso e como atingi-lo nunca esteve oculta de mim. Simplesmente estive tão emaranhado na luta pela sobrevivência que fui incapaz de reconhecê-la.
Ao término de cada dia, estava farto. Quaisquer asneiras, falhas ou acidentes que obscurecessem minhas horas eram rapidamente afastados de minha mente. Amanhã será um novo dia, costumava prometer a mim mesmo. Talvez a vida fosse mais gentil para comigo. Errado!
Finalmente minha visão está clara.
Agora posso ver que o mundo é um mercado onde tudo está marcado com um preço estabelecido e devo manter minha decisão, seja o que for que eu compre com meu tempo, labor ou ingenuidade, sejam riquezas, conforto, fama, integridade ou conhecimento. Não devo agir nunca como uma criança que, ao adquirir uma coisa, lamenta não possuir outra. Uma vez que transações diárias que faço por parte de minha vida são difíceis de rescindir, deixe-me estar certo, no futuro, de estar acumulando coisas de valor e permanência em troca de minha labuta e suor. O único modo pelo qual isso pode ser feito, com certeza, é pela execução de um exercício especial, diariamente, que devo fazer antes de render-me ao sono.

Sempre irei examinar, a cada noite, o que fiz no dia que se vai.

Os piores de meus vícios e maus hábitos terminarão por enfraquecer se forem examinados dia a dia. Que alegria, que sono abençoado irá seguir-se sempre a tal inspeção pessoal.
As perguntas se formam em minha cabeça com um pouco de indução:
Que enfermidades dominei hoje?
A que paixão me opus?
A que tentação resisti?
Que virtude adquiri?
Através destes pergaminhos comecei já a saudar cada novo dia com um plano, de modo que a elevada estrada sobre a qual viajo está bem marcada.
Agora, ao final do dia, irei pesar cuidadosamente o progresso e os problemas de minha jornada, e este último de meus bons hábitos adquiridos irá criar em minha mente um diário de hoje e um livro de instruções para o amanhã.

Sempre irei examinar, a cada noite, o que fiz no dia que se vai.

À noite, assim que minha vela se extinguir, irei rever as palavras e ações de cada hora do dia e não permitirei que nada escape ao meu exame, pois por que deveria eu temer a visão de meus erros se tenho o poder de admoestar e perdoar a mim mesmo?
Talvez eu tenha sido um pouco mordaz demais em determinada disputa. Minha opinião poderia muito bem ter sido retida, pois serviu para ferir e não resultou em nenhum bem. A coisa era verdadeira mas nem todas as verdades podem ser ditas a qualquer momento. Eu deveria ter refreado minha língua pois não há sentido em disputas, seja com tolos, seja com nossos superiores. Fiz mal, mas isso não irá mais acontecer.
Experiência é o nome que a humanidade sempre atribuiu às suas loucuras e pesares. Isso não precisa ser assim. As lições de hoje podem ser o fundamento de amanhã para uma vida melhor, desde que eu tenha força de vontade para aprendê-las e aplica-las.

Sempre irei examinar, a cada noite, o que fiz no dia que se vai.

Deixe-me rever minhas ações, deixe-me observar a mim mesmo como o poderia fazer meu maior inimigo, e me tornarei meu melhor amigo. Irei começar, agora mesmo, a me tornar o que serei daqui por diante. A escuridão pode baixar mas o sono não toldará meus olhos até que eu tenha revisto completamente os eventos de meu dia.
O que deixei de fazer que devia ter sido feito?
O que fiz que poderia ter sido feito melhor?
Uma das grandes alegrias não descobertas dessa vida vem de fazer tudo o que se tenta com o melhor de nossas habilidades. Há um sentimento especial de trabalho redondo, cheio, exato, completo em todas as partes, ao qual a pessoa superficial que deixa seu trabalho numa condição relaxada, desalinhada, semideterminada, nunca pode conhecer. É essa integralidade conscienciosa que transforma qualquer trabalho em arte. A menor das tarefas, bem executada, torna-se um milagre de realização.
O trabalho de hoje será superado amanhã. Não pode ser de outra forma. O aperfeiçoamento sempre se segue ao exame e à revisão. Todos deveriam ser mais sábios hoje do que ontem.

Sempre irei examinar, a cada noite, o que fiz no dia que se vai.

Sobrevivi ao dia sem lamentar a mim mesmo?
Saudei o amanhecer com um projeto e um objetivo?
Fui amável e agradável com todos que encontrei?
Tentei caminhar o quilometro extra?
Permaneci alerta às oportunidades?
Procurei pelo lado bom de todos os problemas?
Sorri diante dos rostos da raiva e do ódio?
Concentrei minha força e propósito?
O que pode ser mais lucrativo que essa revisão diária de minha vida de modo que eu possa vivê-la com orgulho e satisfação?
Meu dia não mais terminará quando o sol se põe. Há, agora, mais um ato a executar.

Sempre irei examinar, a cada noite, o que fiz no dia que se vai.
 

Do livro O maior vendedor do mundo - 2ª parte: O fim da história, de Og Mandino.

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