sábado, 9 de fevereiro de 2013

O quarto voto do sucesso


Sou o possuidor de um poder admirável.
Conheço o segredo de como influenciar os pensamentos e ações de outros quando estes se encontram em minha companhia.
Apenas esse conhecimento, sabiamente usado, capacitou inúmeros indivíduos ambiciosos a se elevarem a grandes alturas da fama e da riqueza através dos tempos.
Lamentavelmente, apenas uns poucos estão conscientes de que possuem tal poder enquanto a vasta maioria pagou um preço terrível, em mágoas e desgraça, por sua ignorância.
Amigos foram perdidos, portas foram fechadas, oportunidades se desvaneceram e sonhos foram destruídos. Até agora tenho sido membro da angustiada maioria, destruindo constantemente minhas chances de sucesso e felicidade porque tolamente subestimei um poder que nem mesmo sabia possuir.
Através deste pergaminho meus olhos foram abertos. O segredo é tão simples que qualquer criança o compreende e USA-O instintivamente em benefício próprio. Podemos influenciar os outros tratando-os do mesmo modo como gostaríamos que nos tratassem.
Somos todos imagens uns dos outros, com os mesmos sentidos, os mesmos sentimentos, as mesmas esperanças, os mesmos temores, as mesmas falhas e o mesmo sangue. Se alguém sente comichões, seu vizinho coça. Se outro sorri, seu amigo responde da mesma forma.
Como tenho sido ignorante. Sei que o sucesso não pode ser alcançado estando-se sozinho. Sei que não há coisa tal como um homem ou mulher auto-realizados.
Percebo, por isso, que nunca conseguirei alcançar meus objetivos sem a ajuda de outros e no entanto posso ver, refletindo sobre meu passado, que as minhas ações mantiveram-me aprisionado por detrás das barras do pesar.
Por que desejaria alguém contribuir para meu sucesso?
Sempre que franzia o sobrolho, encontrava um sobrolho franzido em resposta.
Sempre que gritava com raiva, vozes raivosas me respondiam.
Sempre que me queixava, olhares rudes me penetravam.
Sempre que praguejava, o ódio me encarava.
Minhas ações condenavam-me ao mundo onde ninguém sorri, o mundo dos fracassos. Tolamente, eu culpava os outros pela minha condição, mas agora vejo que a culpa era minha.
Finalmente meus olhos se abriram.
Comprometo-me a manter pelo resto de minha vida este voto especial do sucesso:

Nunca mais serei rude a uma alma vivente.

Irei sorrir para amigos e inimigos da mesma forma e farei todo esforço para encontrar, nele ou nela, uma qualidade a elogiar, uma vez que agora percebo que o mais profundo anseio da natureza humana é a ânsia de ser apreciada.
Na verdade, todos nós temos características elogiáveis e tudo o que preciso fazer é estar certo de que estou cumprimentando de coração, com a voz sincera.
Elogiar, sorrir, demonstrar preocupação pelos outros é tão benéfico a quem o faz quanto a quem recebe tais favores. Esse grande poder que afeta os outros tão fortemente irá operar milagres em minha vida á medida que a gratidão dos outros retorna a mim de muitas maneiras. Um sorriso contínua sendo o presente menos dispendioso que posso oferecer a qualquer pessoa, e no entanto seu poder pode conquistar reinos.
E aqueles a quem trato gentilmente, com palavras elogiosas, em breve começarão a perceber em mim boas qualidades que nunca haviam visto antes.

Nunca mais serei rude a uma alma vivente.

Meus dias de lamentações e queixas em relação a outros chegaram a um fim. Nada é mais fácil do que encontrar defeitos.
Nem talento, nem abnegação, nem inteligência e nem carácter são necessários para estabelecer-se na ocupação de resmungar. Já não tenho mais tempo para essa lamentável atividade. Tudo o que esta poderá fazer será descolorir minha personalidade a tal ponto que ninguém irá querer associar-se comigo. Assim era minha vida antiga. Basta.
Estou muito agradecido por esta segunda oportunidade.
Desperdicei anos de oportunidade com minhas caretas, carrancas e olhares zangados quando um sorriso e uma palavra gentil teriam aberto muitas portas e amolecido incontáveis corações que poderiam ter-me ajudado.
Apenas agora estou aprendendo a grande arte da vida - aperfeiçoar o momento de ouro da oportunidade e colher o bem que está ao nosso alcance.

Nunca mais serei rude a uma alma vivente.

Um sorriso e um aperto de mão são, em última análise, um ato simples de amor.
A vida, sei agora, não é constituída de grandes sacrifícios ou deveres, mas de pequenas coisas nas quais sorrisos, gentilezas e deveres distribuídos onde e quando for possível, são o que conquista e preserva qualquer coração. Os melhores trechos da vida de uma pessoa são os pequenos atos de consideração e zelo.
As palavras gentis produzem sua própria imagem nas almas dos homens, e é uma bonita imagem. Elas consolam, acalmam e confortam quem as recebe. Fazem-no envergonhar-se e abandonar sua amargura, seu mau humor, sua indelicadeza. Ainda não comecei, até agora, a usar palavras gentis com a abundância com que deveriam ser usadas, mas irei melhorar, através da prática.
Quem seria tolo a ponto de não tentar quando é sua felicidade que pende na balança?

Nunca mais serei rude a uma alma vivente.

Posso ver que, na interação da vida quotidiana, é através de pequenos atos de gentileza repetindo-se diariamente, e mesmo com o decorrer das horas, por meio de palavras, tons, gestos e olhares que a afeição e a admiração são conquistadas e preservadas.
Como é fácil para um ser benevolente difundir prazer ao seu redor, e com que segurança um coração gentil é uma fonte de contentamento, fazendo com que todos ao seu redor cintilem seus sorrisos. A cada noite, ao recolher-me, rezo por ter feito ao menos um ser humano um pouco mais feliz, um pouco mais sábio ou ao menos um pouco mais contente consigo mesmo.
Como poderei falhar, deste momento em diante, se o voto que fiz sobre este pergaminho for mantido de modo que o ar que respiro, no futuro, irradie amor e os melhores votos?

Nunca mais serei rude a uma alma vivente.

Do livro O maior vendedor do mundo - 2ª parte: O fim da história, de Og Mandino.

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